Os direitos são um acordo social e sua universalidade quer estabelecer os direitos básicos e intrínsecos ao homem, independentemente das culturas. Entretanto, a cultura – principalmente a cultura do preconceito – parece algo difícil de se desvencilhar em uma sociedade. Mesmo quando falamos em direito para todos esbarramos em nosso próprio juízo de valor.
Bruno Toledo, da ONG Centro de Apoio aos Direitos Humanos, destaca na mídia o preconceito velado nas questões que envolvem direito das crianças. Um jornal que coloca em caixa alta “Menor assalta adolescente” explicita não somente um mau jornalismo, mas deixa claro um pensamento que permeia a sociedade sem que todos se deem conta da gravidade do problema.
“Qual a diferença? Os dois são adolescentes, mas um é menor. O menor é o menor infrator, é o negro, ele não é adolescente. O adolescente é a vítima que é o menino de bairro nobre. Como se de fato nós tivéssemos essa dicotomia, entre duas infâncias, entre duas adolescências”, ressalta. Junto com o entendimento de direitos, não podemos nos abster de entender o preconceito social. “Se um filho de uma pessoa de classe média comete um ato, eles vão dizer: mas é uma criança. Está aprendendo ainda. Se esse é o pobre, ele vai dizer: esse tem que mofar na cadeia, temos que fazer redução da maioridade penal”, reitera.
A Caravana do Esporte e a Caravana trabalham pela garantia dos direitos da infância, por meio do esporte e das artes. Os projetos viajam o Brasil há 12 anos priorizando as áreas de menor IDH.
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