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Foto do escritorInstituto Mpumalanga

O Recôncavo Baiano Samba em Roda


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Foi à beira do mar sereno da Praia de Itapema, perto de Santo Amaro/BA, que surgiu a idéia. No intervalo entre as gravações do documentário “Quando os Tambores não Calam”, dona Nicinha, filha do Recôncavo Baiano e de Iansã com Ogum, revela seu segredo: “ah minha filha, vou te contar o que eu mais quero!”, ela olha pro céu e diz: “quero levar nosso samba para São Paulo!”…e com seus passos miudinhos e cadenciados samba em direção ao mar com os braços erguidos aos céus…

Samba de Roda de Nicinha


Raízes de Santo Amaro

Nicinha é uma das mais importantes personagens da história de Santo Amaro e do samba de roda do Recôncavo Baiano. Nora de Popó, famoso condutor de trole de sua região que resgatou e imortalizou o Maculelê, Dona Nicinha introduziu o Samba de Roda neste grupo de Santo Amaro e é a matriarca responsável por sua manutenção.

Com 16 integrantes, o Raízes de Santo Amaro conta com a beleza das sambadeiras, todas senhoras negras vestidas ao estilo das baianas do candomblé, e músicos que tocam atabaque, pandeiro, reco-reco, agogô, tamborim, maraca. Dona Nicinha e suas sambadeiras são fundamentais para a manutenção da manifestação do samba de roda, preservando um jeito particular de sambar nos pés com movimentos lentos e graciosos – também conhecidos como “miudinhos”.

Samba de Roda Suerdieck


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Dona Dalva Damiano Cachoeira

Liderança – Dona Dalva Damiano de Freitas – doutora honoris causa do Samba de Roda do Recôncavo Baiano. Fundadora do Grupo de Samba de Roda Suerdieck e da Casa do Samba D.Dalva, de Cachoeira. sempre foi uma grande liderança feminina do samba, mesmo numa época em que a maior parte dos grupos era comandada por homens. É cantora e compositora, além de sambadeira.

D.Dalva trabalhou trabalhou na indústria de charutos Suerdieck  de Cachoeira e suas canções e letras a transformaram em sambadeira, além de recuperar  a memória social das charuteiras da Bahia.

Gegê Nagô


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Cachoeira

Foi em meio aos ritmos da Irmandade da Boa Morte e dos ritos da velha Cachoeira histórica que surgiu o Gêge Nagô.

O Gegê se assemelha a um coral africano e recria o estilo musical afrobarroco. Com suas vestimentas afro e performances que lembram ritos do candomblé, o Gêge Nagô  incorpora à música popular brasileira um jeito diferente de interpretar cantigas de orixás e sambas de roda.

Samba de Roda Suspiro do Iguape, de  Vale do Iguape


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O Grupo de Samba de Roda Suspiro do Iguape, surgiu em 2005 com objetivo de fortalecer as raízes deixadas pelos ancestrais.

Atualmente é liderado pelo cantor Ananias Viana, idealizador do Projeto de Turismo Étnico Rota da Liberdade no território quilombola de Cachoeira. Ele é filho de Juvani Jovelino, a primeira professora e líder espiritural dos quilombolas da comunidade do Kaonge, da Bacia do Iguape, e responsável por manter a tradição da religiosidade de matriz africana. Ananias é exemplo da luta do povo que vive em comunidades classificadas como Quilombos. As sambadeiras do Suspiro já foram marisqueiras e agricultoras familiares e hoje representam a continuidade do samba de roda:


O Recôncavo Baiano Samba em Roda


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Para mostrar que o Samba de Roda segue vivo como forma de expressão de comunidades tradicionais afro-descendentes do Recôncavo Baiano, o documentário dará voz e mostrará os passos marcantes das principais senhoras e mestres do Samba de Roda, figuras centrais no fortalecimento dessa expressão cultural na Bahia.

Em Cachoeira, Dona Dalva Damiana de Freitas, doutora Honoris Causa do samba pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, compositora e sambadeira, foi quem pediu o registro do samba como patrimônio cultural brasileiro. Desde que fundou seu grupo de samba na fábrica onde trabalhava, D.Dalva segue representando os mais diferentes toques do Samba de Roda. Entre os casarões históricos de Santo Amaro, D. Nicinha. Maria Eunice Martins Luz desde pequena circulava pelos terreiros de candomblé, pelas rodas de maculelê e de samba de roda. Porta voz da história recente do Samba de Roda do Recôncavo, é matriarca do grupo Maculelê Raizes de Santo Amaro, à frente de dezenas de sambadeiras negras, que impressionam pelo dançar. Com esses personagens, seu modo de vida e suas danças, mesclaremos o dançar e o cantar também de diferentes grupos de Samba de Roda desses municípios do Recôncavo Baiano, que estão conseguindo mais força e respeito desde que o Samba foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.


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Força que cria partituras conhecidas em  diversas  manifestações artísticas populares  que  convergem na  cidade de Cachoeira  e ganham nomes, cores  e  sotaques  em  diversas  outras comunidades  da  região. São homens e mulheres com a história registrada na oralidade, no repassar dos séculos pelo gogó, pela cantoria que se expande na roda que gira e gira.


DONA NICINHA, um capítulo à parte


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À Nossa Senhora do Samba reservamos uma participação especial: a equipe de filmagens da Mpumalanga irá até Santo Amaro fazer uma surpresa: daremos a notícia a dona Nicinha pessoalmente! Registraremos a partir daí a vinda dela e do grupo, a chegada a São Paulo, passeios pela capital e a visita do grupo ao Restaurante Soteropolitano, onde o proprietário Júlio Valverde, nascido e criado em Salvador, Bahia, arquiteto de formação e músico percussionista nas horas vagas, irá relembrar com suas conterrâneas um pouco das histórias da origem do samba.

À Nossa Senhora do Samba reservamos uma participação especial: a equipe de filmagens da Mpumalanga irá até Santo Amaro fazer uma surpresa: daremos a notícia a dona Nicinha pessoalmente! Registraremos a partir daí a vinda dela e do grupo, a chegada a São Paulo, passeios pela capital e a visita do grupo ao Restaurante Soteropolitano, onde o proprietário Júlio Valverde, nascido e criado em Salvador, Bahia, arquiteto de formação e músico percussionista nas horas vagas, irá relembrar com suas conterrâneas um pouco das histórias da origem do samba.


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Mas não seremos injustas com o sonho de Dona Nicinha! Ainda no intervalo das gravações a mãe de santo, sambista, sambeira, filha de Iansã com Ogum, confidenciou: “e quando a gente for a São Paulo para sambar não quero nada de hotel, não! A gente quer uma casinha bem simples, nem que seja para dormir num colchão no chão mesmo. Mas tem que ter cozinha pra gente fazer nosso caruru!!! A gente leva tudo daqui, minha filha, do samba ao dendê!”.  Traga, traga mesmo,  Nossa Senhora do Samba!

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